20111208

já são 18, e não deixam de ser estranhos. sinto-os apagados em mim. se fossem 20 ou 30, mais apagados estariam. não é pelo número que vamos, nem pelo tempo que eles duram ou ditam. não é pela agonia que nos relembram, nem pela alegria que nos trazem. são as pessoas que realmente importam. somos nós que estamos uns para os outros, umas vezes mais e outras vezes menos. quando menos estamos, mais queremos estar, e menos fazemos para desviar o caminho do "inevitável". somos nós que somos pessoas, que não nos limitamos a ser gente. somos nós que queremos ler mais e mais cultos ficar; e somos nós que permanecemos os maiores imbecis terrestres. é de nós que sai o bom e o mau que marcará o "inevitável" caminho de uma outra qualquer pessoa. somos nós, enquanto pessoas, que aquecemos o momento, que ganhamos asas e que elevamos o espaço. nós é que temos o dom. nós é que escrevemos o paraíso e somos nós os autores do inferno. se não estamos, mais ninguém está. é urgente salvarmo-nos no pó da terra, no soprar das velas. temos de permanecer perante a maior tempestade, sem esperar que, a seguinte, seja menor (que nunca o é). e ainda hão-de cair tantos outros atrás de mim... e o que eu preciso é de pernas. de braços e boca para os segurar. porque, amanhã, são eles que me seguram a mim. se necessário, atiram-me, mas acabo sempre caída nos braços de alguém. a queda é amortecida, mas a dor está lá. o falhanço. a desonestidade e a vergonha continuam a atormentar-me. mas, amanhã, já é tudo novo. tudo será novamente desfolhado. algumas coisas prometo: sentirei o cheiro do novo dia cada vez mais profundamente; vou continuar a querer ler mais; vou querer amar fernando pessoa como da primeira vez. prometo que vou querer voltar ao colégio a cada ano que se demora. prometo sentir saudades e lembrar-me de vocês a cada passo do caminho. a nostalgia estará sempre cá, mas prometo-vos que vou estar tanto para vocês como vocês estiveram para mim. como morango para chocolate.




aquele abraço, para todos

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