20110527

os dias têm-me sabido a bossa nova. tenho olhado o sol como suposto, e sentido o calor de modo tropical. o sotaque brasileiro tem-se destravado na minha língua. e ainda se arranha… jogo fora que não sou da bahia. os meus calcanhares ainda estão esfolados das bolhas antes rebentadas, e o café do nada me chegou... a vontade da cafeína marca-me os fins temporais. as memórias têm saltado da minha boca e o teu cheiro cruza-se comigo em todos os cantos. sabes… isto de entrar no metro e sentir um avião traz saudades. o centro do mundo volta a ser uma realidade. os pés desconfiam de dor, e eu olho-te por te olhar, por precisares de ser olhado. porque eu tenho tempo. a cabeça descontrola-me. abre os olhos. há tempo... ele espera.

20110516


para ti, que és doente.
para ti, que és a morte.
para ti, que sofres.
para ti, que não acreditas no amor.
para ti, que caminhas.
para ti, que choras.
para ti, que não sabes nadar.
para ti, que és bonito.
para ti, que beijas.
para ti, que te engasgas.
para nós, que somos delicados.
para tudo o que acaba e que começa, e para tudo o que ainda continua.

20110513

perdi o norte e nem a bússola me salva. é a primeira vez - e espero que única - que me apetece sugar o sangue todo. mas não o meu. espero que ainda dure, que fique, que se alastre. mas sempre encarnado, espesso. venha a bússola. foda-se.