20101114

Aung San Suu Kyi


   13 de Novembro de 2010, Aung San Suu Kyi é, finalmente, libertada.
   Suu Kyi, como é mais conhecida por todos, é uma líder política birmanesa. Desde cedo manifestou a sua oposição contra o regime ditatorial vigente, facto que lhe iria arruinar a vida. Depois de residir em Londres, regressa à Birmânia, em 1988, por ocasião da morte da mãe. No mesmo ano, eclode, inevitavelmente, uma revolta popular contra a acção violenta e repressora do regime e o declínio económico do país. Com isto, Aung San Suu Kyi é dada a conhecer “ao mundo” ao tornar-se líder da Liga Nacional para a Democracia, lutando, avidamente, pelos ideais democratas que defendia. Em consequência desta pequena revolução, são mortas dez mil pessoas por se oporem ao regime de ditadura vivido. Dois anos depois, a Liga Nacional para a Democracia sai vitoriosa das eleições, no entanto, Suu Kyi vê-se remetida a prisão domiciliar.


   Em 1990, Suu Kyi ganha o Prémio Sakharov de liberdade de pensamento e, um ano depois, é reconhecida pelo Comité Nobel Norueguês com o Nobel da Paz. Em consequência de tamanha distinção, Suu Kyi vê levantada a sua pena de prisão domiciliar. Mas a sua liberdade durou muito pouco. Dos últimos 19 anos, ela passou 13 presa. Mais tarde, nas duas semanas que antecederam o fim da sua mais recente prisão domiciliar, Suu Kyi é enviada para a prisão de Insein, em Rangum – a maior cidade birmanesa – juntamente com o seu médico particular. Aí se encontrava desde 7 de Maio de 2009. Consta-se que passou largos dias desidratada e, por isso, não conseguia alimentar-se.
   Aung San Suu Kyi passou 20 anos presa, completando 65 anos de vida ainda na cadeia. Presa na vida e presa pela vida. Por expressar as suas ideias, viu-se impossibilitada de continuar a encarar a aparente liberdade existente. Nós não somos iguais. A Igualdade é um valor metafórico que ainda não foi alcançado. Como dizia há dias o Chico, "todas a pessoas que fizeram algo de bom no mundo levaram um tiro".

   Curiosamente, o grupo de rock irlandês U2 compôs, em 2000, uma canção para a activista birmanesa – Walk On – e Damien Rice, juntamente com Lisa Hannigan, criou Unplayed Piano, que tocou no Nobel Prize Concert, em Oslo, na Noruega, em 2005.


"Neste momento, a 'mãe' está livre."

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